ELA, UM ENTE IMARCESCÍVEL (IN MEMORIAM)
O calendário me dá a recordar que hoje é 4 de Setembro. A data ambienta no peito um sarau, cujo programa contempla à abertura um extrato poético inamovível: "NÚPCIAS Vestida de véu e grinalda Já estava no altar A noiva. O noivo Também lá se via Aposto de fraque e cartola. Namoro, noivado e bodas Assinam destino trajado a rigor". A imagem ilustrativa e o recorte literário são reveladores: "Era uma vez um matrimônio. Os nubentes disseram sim; queriam-se felizes ad aeternum.Traídos pela imponderabilidade do destino, um 10 de julho os separou". O registro fotográfico se ajusta aos versos, que, antes de cultos ao saudosismo, pretendem-se acenos à reflexão sobre a união conjugal saudável quando a vida respira. Também, são modestas amostragens de significado do objeto da vida a dois, que são as provações e as aprovações. Esse evento de concepção virtual, adicionalmente, tem o condão de revisitar bons tempos somente findos num certo dia em dado mês de julho... Um coração restou latente e em pedaços, mas forte o bastante; com seu pulsar e com sua acústica imperturbáveis resiste embotes no suceder dos anos e, ainda e sempre, segue ecoando confissões de amor e murmúrios nostálgicos à memória da ausente amada, transmutada em anjo e em ser imortal, desde o dia em que foi chamada e ascendeu ao altar supremo. Israel dos Santos
Enviado por Israel dos Santos em 04/09/2019
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