FURO DE REPORTAGEM?
Era início dos anos 70. Eu até me esforçava, mas, à época, Brasília não me seduzia; nos finais de semana o aeroporto era o melhor programa, de onde, até o Rio de Janeiro, à propulsão das hélices ou à reação das turbinas, a distância se reduzia a uma questão de horas.
Certa manhã de sábado lá estava eu junto ao balcão de embarque, na expectativa da disponibilidade de um piloto de uma aeronave qualquer, quando se aproxima outro jovem de rosto conhecido: JERRY ADRIANI! - "Olá, Jerry, o que houve?", perguntei-lhe. Eventos artísticos de bom nível não eram tão frequentes na Capital, pelo que o expetáculo da noite anterior não passou despercebido pelos citatinos em geral; não assisti, entretanto, dele eu tinha conhecimento. Mas, surpreendente me pareceu a resposta que me deu a agora finada mega figura artística: - "Rapaz, findo o show, já era tarde, eu me retirei e peguei no sono. Esta manhã, não tomei café; talvez se tenha imaginado que eu já me havia ido. A equipe partiu e me esqueceu dormindo no apartamento do hotel: perdi o voo". Tínhamos destino comum. No entanto, eu, como de costume e por sorte, antecipei-me em providencial carona aérea; ele, ainda que fora de dias úteis, terá logrado tomar um voo de carreira. É quase anedótico, mas o fato aqui exposto se deu: é rigorosamente real.
Israel dos Santos
Enviado por Israel dos Santos em 24/04/2017
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