Dá-se a partida para a existência. Mas, pronto se passam os anos e para trás se distanciam os lugares, os momentos ... os entes queridos. Veloz a vida avança, como se num levitar, impulsionada por forças magnéticas sobre trilhos paralelos do tempo, em sentido único e sem destino planejado, à estação aleatória e terminal. Nessa jornada, mudam-se paisagens, referências se redimencionam e fenômenos ocorrem: do interior desse veículo, ora avistam-se luzes, ora há trevas. Exultantes ou não, fases se sucedem sem paradas intermediárias até a chegada ao ponto em que, sem dispor de mais espaço, o bólido freia: é o fim. Sem ter como mais longe ir, a velocidade se anula e à viva resta apenas a memória do passado, que se vai desvanecer dado a inoperância absoluta em sua total inércia.