PASSANDO EM BRANCO
Treze de Maio ...
A lei foi firmada. Mas Isabel, nos céus, é testemunha de que, abolida a escravidão, nem salvo, nem são, negro ainda anela pela redenção. Não raro, sonhando com dias áureos, o órfão da Princesa, cativo na escuridão, segue acorrentado, eivado da própria sorte tingida de preto. Em seus delírios, eleva os decibéis batendo forte os tambores nos quilombos modernos, com a expectativa de que o repicar cause ressonância, para que um dia possa proclamar-se liberto dos entraves sociais. Hoje, no decorrer do século vinte e um, nego ainda se sabe um enclave no meio da multidão; um a mais! Ou um a menos? ... Treze de Maio.
Israel dos Santos
Enviado por Israel dos Santos em 13/05/2010
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |