QUANDO A OBEDIÊNCIA EXCEDE
Há alguns anos, em um continente amigo do outro lado do Atlântico, ocupei um imóvel circundado de jardins. O baixo índice pluviométrico associado ao clima causticante daquela região atentavam contra a saúde da superfície verde, que dava ares de oásis à respectiva redondeza. Por isto, enfático, recomendava ao jardineiro que regasse a grama regularmente.
Certo dia, chegava à hora do almoço, e, ao estacionar o carro junto à calçada que distava alguns metros da casa, avistei o empregado, cumpridor de seu dever, munido de mangueira, regador, mas, também, de capa, chapéu e galocha, aguando abundantemente os jardins. Ao ver-me, prontamente interrompeu sua tarefa, lançou mão de um guarda-chuva e correu a meu encontro, para que eu não me molhasse. O molesto é que naquele dia, após horas a fio, excepcional e ininterruptamente os céus ainda se encarregavam de regar copiosamente aquela área, onde já se via inundado todo o terreno ... ... Inclusive o gramado de meu quintal!
Israel dos Santos
Enviado por Israel dos Santos em 09/12/2009
Alterado em 13/01/2013 |