RAFAEL
Saudade dá nome às lembranças que atravessam o rito do ser e do estar, achincalham horas futuras - que não virão - e ditam o termo do ritual da vida.
Sozinho, ao trilhar sobre cascalho íngreme, tropeços nos passos e refratários desejos lhe assestaram um fim. Seu canto sobrevive, reprisa-se e jamais destoa; o timbre gravado é legado que se espelha àqueles dos tempos dos Apolos, dos Hércules, dos Alexandres e à força no marco das Helíadas. É voz que se cala. Em seu silêncio, ecoam murmúrios em dispersão, sons apurados na existência infinita.
Israel dos Santos
Enviado por Israel dos Santos em 16/03/2014
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