Minha Ilha Paradisíaca

Página dedicada aos dos Santos, aos Matta, aos Machado e aos Alencar Aranha.

Textos

A ESPIRA DE DUBLIN
Voltei. Reencontro a Irlanda e sua alegria de viver, exuberante e bela: a juventude fanfarronando; os casais badalando; mulheres e homens, apesar das crises e seduzidos por apelos das butiques e griffes, lançados às compras, em meio a tentadoras promoções e ofertas irresistíveis.

É tempo de férias. Sobretudo, é verão! A temperatura, no clima de calor do povo, deixa que o sol brilhe e aqueça o espírito da população autóctona e dos turistas nacionais e estrangeiros. No clima da Capital, esta época, a energia está no ar e se difunde na face da criança, do jovem, do adulto. Tudo motiva um lindo sorrir!

O fluxo de transeuntes é intenso no trecho que liga a estação do LUAS, em Stephan's Green, ao Trinity College. Intercalo meu trajeto com eventuais paradas para admirar artistas que, estrategicamente dispostos, expoem suas criatividades plásticas, instrumentais, vocais e corpo-visuais. Esses autênticos representantes do mosaico da cultura local transformam o asfalto em galerias e picadeiros ao ar livre, onde recolhem do público aplausos e cachês generosos.

Antes de seguir caminho para cruzar a ponte sobre o Rio Liffey, não falho o encontro com Molly Malloney, sempre rodeada de sonhadores a conceber aventuras protagonizadas por aquela dama, epicentro de furor em momento distante da história citadina, quando colecionava  corações de cobiçosos contemporâneos. E, agora, ali venerada, sua estátua se erige nos limites norte da frenética Grafton. Mas, isto foi ontem.

Hoje, rumo a Lisboa, despeço-me da Ilha de Esmeralda. Dela resta a lembrança da simpática Edna, do sorriso da Lucila, do carinho da Ruby ... Para sempre? Não direi nunca outra vez. Por via das dúvidas, parto sem permitir que me assalte a precoce tristeza, a saudade, a nostalgia que um dia (sabe se lá) virão, embora finja que delas jamais serei alvo. Mas, lanço um derradeiro olhar sobre a O'Connell Street, retendo uma última e detida mirada sobre aquela imagem, um dos ícones da cidade, que por certo me acompanhará eternamente: a Espira de Dublin.
Israel dos Santos
Enviado por Israel dos Santos em 08/08/2010
Alterado em 09/08/2010
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